Aldiro Pereira, Tó Vieira, Hélder Bernardo, João Quintela e Pedro G. Prata
Bio Imagens – Aldiro Pereira – 2023
QUEM SOU: Nome: Aldiro Bastos Pereira Morada: S. Marcos – Albergaria-a-Velha Data de Nascimento: 18 de Setembro de 1956 Profissão: Funcionário no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro Contacto e-mail:aldiro@ua.pt
Apresentação:
Comecei desde muito jovem, tal como muitos de nós, a fotografar de tudo um pouco. Naturalmente que as fotos de cenas familiares e paisagem eram as mais privilegiadas. As críticas já nessa altura eram encorajadoras do tipo, afinal não cortastes nada, afinal tens algum jeito. É claro que esses comentários ao longo dos tempos contribuíram, de algum modo, para me influenciar a investir um pouco mais em termos de equipamento e acabaram também por me incutir ainda mais o gosto pela fotografia.
Atualmente, os motivos que procuro para as minhas fotografias, estão bem definidos, e admito que foram influenciados pela área profissional que exerço no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. De facto, foi aqui neste Departamento que fiquei, por assim dizer, cativado pelos motivos que a natureza nos oferece, especialmente fotografia de pormenor (macro) que nunca mais parei de fazer até hoje.
Um dos meus grandes objetivos é mostrar aquilo que poucos de nós consegue ver e tentar explicar de uma forma que todos percebam.
Naturalmente que não tenho a mínima intenção de querer “impor” imagens de grandes atributos científicos e muito menos artísticos, a opção é mostrar algumas imagens que podem ser agradáveis aos nossos olhos, tendo apenas como pretensão tentar uma sensibilização coletiva para “um olhar mais atento” ao meio ambiente que nos rodeia, talvez, com uma outra atitude. Quem sabe, talvez com a pretensão de poder contribuir para alterar a nossa posição face ao delicado equilíbrio que nos rodeia, e sobretudo, para que palavras como protecção e preservação não continuem a ser apenas palavras.
Quem sabe…
BIO IMAGENS
VESPA-CUCO
São chamadas vespas-cuco porque têm um comportamento semelhante ao destas aves, colocando os ovos nos ninhos de abelhas-solitárias. Quando as larvas das vespas-cuco eclodem, alimentam-se dos ovos ou das jovens larvas dessas abelhas. Pertence à família dos himenópteros Chrysididae é um grupo cosmopolita muito grande (mais de 3.000 espécies descritas) de vespas parasitoides ou cleptoparasitas, muitas vezes altamente esculpidas, com cores metálicas brilhantes criadas por coloração estrutural. São tipicamente associados a espécies de abelhas solitárias e vespas, que também são mais frequentes aparecerem em zonas desérticas. O seu estilo de vida parasita de ninhada levou à evolução de adaptações fascinantes, incluindo mimetismo químico de odores do hospedeiro por algumas espécies.
RELA (Hyle arbórea)
A rã-arborícola-europeia (Hyle arbórea) também conhecida como rela (em Portugal) é uma pequena rã pertencente à família Hylidae, mede, geralmente, menos de 5 cm de comprimento e possui olhos salientes laterais, com uma íris dourada. Nos membros, anteriores e posteriores possuem 4 e 5 dedos compridos, respetivamente. Nas patas posteriores apresentam membranas interdigitais relativamente bem desenvolvidas. Tem uma pele lisa e brilhante, de cor verde vivo ou verde alface podendo, no entanto, existir indivíduos azulados, acastanhados ou acinzentados. A Rela-comum habita em locais de vegetação abundante e relativamente húmidos, podendo ser avistada em pântanos, lagoas, caniçais, arrozais e prados. Esta foi fotografada num dia húmido e nublado “empoleirada” na vegetação perfeitamente confortável com a situação. Os níveis máximos de atividade são normalmente atingidos durante a noite e vivem no máximo 10 anos.
GAFANHOTO
Nos gafanhotos as particularidades que mais nos atraem são o seu poder de camuflagem e de salto. No caso deste gafanhoto é a camuflagem que se verifica. Utiliza esta estratégia como defesa eficaz em que se torna menos visível no ambiente que escolheu, e, desta forma, evita que os predadores consigam identificá-lo. Esta capacidade de se misturar no ambiente, ou seja, fazer com que as suas cores se confundam com as cores do local, de forma que fica difícil saber onde ele está, isso permite que passem despercebidos aos seus muitos predadores e assim aumentem as suas hipóteses de sobrevivência.
BORBOLETA (Vanessa atalanta)
Esta borboleta é conhecida como “almirante-vermelho” e isso deve-se ao seu impressionante padrão de cor das suas asas, preto, laranja e branco, que fazem lembrar as divisas do uniforme naval americano. Esta espécie usa técnicas de camuflagem para escapar dos predadores. Quando pousa em campo aberto ou entre rochas, mantém as asas fechadas, ficando camuflada graças às cores da face inferior das asas, ao passo que, quando pousa em locais floridos, mantém as asas abertas, por molde a confundir os predadores com o colorido da paisagem. É conhecida como uma borboleta excecionalmente calma, muitas vezes permitindo a observação a uma distância muito próxima antes de voar para longe. Os machos desta borboleta são territoriais e pousam durante a tarde até o pôr do sol e tendem a patrulhar o seu território voando ao redor do perímetro entre 7 e 30 vezes por hora e em média, interagem com intrusos de 10 a 15 vezes por hora.
Coleóptero (Stictoleptura stragulata)
Espécie quase endémica da Península Ibérica. É um besouro de cor extremamente variável de 7 a 15 mm. A cabeça e o pronoto são sempre pretos. Tons de preto e cobre se alternam em listas elegantes nas antenas na maioria dos exemplares, embora também existam aqueles com antenas quase totalmente pretas. O seu habitat são zonas de floresta e bordas de matas. Podem ser vistos com frequência a alimentarem-se de pólen e néctar em flores umbelíferas, como foi o caso deste.
ARANHA CARANGUEJO (Thomisus onustus)
As estratégias de captura de presas por parte das aranhas podem variar de espécie para espécie e podem ser imensas, desde armadilhas com seda adesiva, mimetizando a presa, camuflar-se com o ambiente que a rodeia ou caça ativa. No caso desta aranha a sua estratégia é conhecida como senta-e-espera, em que permanece estática em determinado local onde se sente invisível e espera que as presas se aproximem. Essa forma de captura permite-lhe economizar o máximo de energia entre uma captura e outra, mantendo o metabolismo baixo.
FORMIGA
São insetos particularmente populares por serem muito comuns e tidos como altamente organizados. De fato, figuram entre os animais que atingiram um grau de organização biológica chamado de eusocialidade. Todas as formigas são insetos eusociais, assim como diversos outros himenópteros como algumas vespas e abelhas. São descritas cerca de 18 000 espécies distribuídas por 334 gêneros em 17 subfamílias. Podem ser encontradas por todas as regiões do planeta, exceto nos polos. São consideradas como o grupo de animais de maior sucesso ecológico, considerando-se que representam de 15% a 20% de toda a biomassa animal vivente. Acredita-se que o surgimento das formigas na Terra se tenha dado durante o período Cretáceo (há cerca de 140 milhões de anos), passando por um grande evento de diversificação durante o período Jurássico com o aparecimento de linhagens de plantas com flores.
Crombrugghia tristis
É uma pequena borboleta (traça) da família Pterophoridae de envergadura de 16 a 17 milímetros o que a torna na mais pequena da espécie do género Crombrugghia. Existem cerca de 1.300 espécies, reconhecíveis pelas suas asas emplumadas e divididas em lóbulos estreitos. São crepusculares com tromba bem desenvolvida. Em repouso, as asas desta borboleta são abertas lateralmente e reunidas ao longo de um eixo: isso dá ao inseto a aparência de uma folha seca de grama o que lhe permite escapar aos seus predadores, mas não ao fotógrafo.
LAGARTA
Na linguagem popular, lagarta é o nome para o primeiro estágio larval dos insetos da ordem Lepidóptera (a ordem dos insetos que engloba borboletas e traças). Muitos mecanismos de defesa destes organismos envolvem a aparência, de modo a afastar os seus potenciais predadores, fazendo com que certas partes do corpo pareçam maiores e mais ameaçadoras. Podem exibir cores chamativas (apossemáticas), como aviso de perigo de efeitos intoxicantes e desagradáveis; cores miméticas (que imitam outras espécies) e cores homocromias, (como camuflagem), que penso ser este o modo em que esta lagarta está, quando foi fotografada.
LAGARTIXA
Duma maneira geral, são chamados de lagartos os répteis cujo corpo é coberto por escamas, possuindo quatro patas e cauda. Derivado de “lagarto”, o termo “lagartixa” refere-se a mais de 750 espécies com tamanhos que variam de 3 a 15 cm. A sua dieta é composta essencialmente por insetos e pequenos invertebrados como moscas, mosquitos, centopeias, aranhas, formigas, gafanhotos e escaravelhos. Uma situação muito característica destes organismos é no caso duma situação de perigo ter a capacidade de libertar a cauda de forma autónoma. Apesar do mito que as acompanha, de que são sugadoras de sangue, na verdade não representam qualquer risco para os seres humanos, pelo contrário, acabam por controlar determinadas populações de animais com que se alimentam, algumas delas, nocivas para os humanos.
Guincho-comum
Sendo uma gaivota muito abundante em Portugal, o guincho-comum não cativa geralmente a atenção dos ornitólogos. No entanto, quem observar esta espécie ao longo do ano, notará que as aves se tornam mais atraentes a partir de Fevereiro ou Março, quando os adultos vestem o seu capuz cor de chocolate. É uma gaivota relativamente pequena. Por baixo é branca e por cima é prateada. As asas são cinzentas com um triângulo branco nas primárias. O bico e as patas são vermelhos. Pode formar bandos de centenas ou mesmo milhares de indivíduos e mistura-se frequentemente com outras espécies de gaivotas. O guincho-comum ocorre em Portugal principalmente como invernante e pode ser observado sobretudo de Julho a Março.
MOSCA
A ordem Diptera, a que pertence esta mosca, reúne mais de 120 mil espécies e estão organizadas em mais de 100 famílias. As moscas têm reprodução sexuada e a maioria é ovípara, com ciclo de vida curto, duram cerca de 30 dias e são insetos com metamorfose completa e apresentam as seguintes fases de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adultos. Como característica comportamental, são mais ativas durante o dia do que à noite, quando repousam. Uma característica que auxilia na identificação das moscas são os olhos compostos grandes que ficam na cabeça, por vezes com colorações muito atraentes, a que nenhum fotografo resiste a fotografar.
PERCEVEJO ASSASSINO (Reduviidae)
A maioria desses percevejos é de tamanho médio a grande (1,3 e 1,9cm) de comprimento. A cabeça é alongada e estreita com um pescoço “distinto” atrás dos olhos que são frequentemente avermelhados. As peças bucais longas e curvadas formam um bico que em repouso é mantido por baixo do corpo, com a ponta propriamente encaixada numa cavidade. O meio do abdômen é alargado, de modo que as asas não cobrem completamente a largura do corpo. A maioria dos percevejos assassinos são predadores generalistas, ou seja, caçam diferentes presas e fazem-no geralmente por emboscada.