QUEM SOU: Nome: Aldiro Bastos Pereira Morada: S. Marcos – Albergaria-a-Velha Data de Nascimento: 18 de Setembro de 1956 Profissão: Funcionário no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro Contacto e-mail: aldiro@ua.pt |
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Apresentação:
Desde muito cedo, a curiosidade pelo mundo ao meu redor levou-me a pegar numa câmara e começar a registar momentos. Como acontece com muitos, comecei por fotografar o que estava mais próximo: a família, os amigos e as paisagens que me rodeavam. Lembro-me bem dos primeiros elogios, simples, mas marcantes — “olha que até tens jeito para isso” ou “não cortaste cabeças, já é um bom começo”. Esses pequenos incentivos foram, sem dúvida, sementes que ajudaram a cultivar o meu interesse pela fotografia.
Com o tempo, fui investindo mais — não só em equipamento, mas também em conhecimento. A vontade de aprender e de melhorar tornou-se constante, quase como um instinto. Fotografar deixou de ser apenas um passatempo casual e passou a ser uma forma de olhar o mundo com mais atenção e sensibilidade.
Hoje, os temas que escolho para fotografar estão muito ligados à minha vivência profissional no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. Foi nesse ambiente que descobri um fascínio especial pela natureza, sobretudo pelos detalhes quase invisíveis a olho nu. A fotografia macro tornou-se uma paixão — uma forma de explorar e revelar a beleza escondida nas pequenas coisas.
É um hobby, sim, mas um que me leva a caminhar durante horas, muitas vezes por trilhos difíceis, sempre à procura daquele instante único. Perco a noção do tempo, e não é raro voltar para casa com a sensação de que vivi uma pequena aventura. Mas todo esse esforço vale a pena quando consigo captar uma imagem que conta uma história, que surpreende ou que simplesmente mostra o quão extraordinário pode ser o mundo natural.
Muitas das imagens que procuro captar são daquelas que, à primeira vista, passam despercebidas. E é precisamente aí que reside um dos meus maiores objetivos: revelar o invisível, dar destaque ao que poucos notam e tentar traduzir essa beleza escondida de forma simples e acessível a todos.
Não pretendo, de forma alguma, apresentar fotografias com pretensões científicas ou artísticas elevadas. A minha intenção é bem mais modesta — partilhar imagens que possam, de alguma forma, agradar ao olhar e, quem sabe, despertar uma nova sensibilidade para o mundo natural que nos rodeia.
Acredito que, ao mostrar esses pequenos detalhes — muitas vezes ignorados — posso contribuir para um olhar mais atento, mais curioso e, sobretudo, mais respeitador. Talvez, com isso, possamos repensar a nossa relação com o ambiente, com mais consciência do quão frágil e precioso ele é. E talvez, só talvez, palavras como “preservar” e “proteger” deixem de ser apenas conceitos abstratos e passem a fazer parte do nosso dia a dia, das nossas escolhas e atitudes.

Lagarta da borboleta-branca-grande-da-couve (Pieris brassicae).
Uma lagarta é por norma uma fase imatura das borboletas. A coloração desta lagarta (amarela e preta) serve como sinal de advertência aos seus predadores, como quem diz: “atenção, eu sou perigosa!”. E isso deve-se ao fato de extraírem substâncias das plantas que as tornam tóxicas ou desagradáveis, especialmente para aves. É comum vê-las nas hortas (couves) mas esta foi fotografada no campo, numa planta selvagem da família das couves, Cardamine pratensis (agrião-dos-prados).
Hyla arborea
Ao contrário da maioria dos anfíbios, que vivem predominantemente no solo ou em ambientes aquáticos, a Hyla arborea passa grande parte da sua vida em vegetação elevada, como arbustos, juncos e árvores de pequeno porte. Essa preferência por habitats verticais é possível graças aos seus discos adesivos nas pontas dos dedos, que funcionam como ventosas naturais. Esses discos permitem que a rã se mova com agilidade por superfícies lisas e inclinadas, mesmo em folhas molhadas ou caules finos. Este comportamento arborícola não é apenas uma curiosidade anatômica — é uma estratégia de sobrevivência. Ao viver acima do solo, a Hyla arborea evita muitos predadores terrestres e aproveita melhor os recursos alimentares disponíveis, como insetos voadores.
Pernilongo (Himantopus Himantopus)
É uma ave elegante de pernas extremamente longas e finas, com plumagem contrastante em preto e branco. Mede cerca de 35 cm e habita zonas húmidas como lagoas, salinas e estuários. O seu bico fino e reto é ideal para capturar pequenos invertebrados na água rasa. É conhecido pelo voo gracioso e vocalizações agudas, sendo comum em várias regiões de Portugal e do mundo.
Maniola jurtina
É uma borboleta comum na Europa, pertencente à família Nymphalidae. Apresenta asas de coloração castanha com manchas alaranjadas e um característico “olho” preto com ponto branco nas asas anteriores. Mede entre 4 e 5 cm de envergadura. Habita prados, campos e margens de caminhos, sendo mais ativa nos meses quentes. As lagartas alimentam-se de gramíneas, enquanto os adultos preferem néctar de flores silvestres.
Colpa sexmaculata
É uma vespa da família Scoliidae, pertencente à ordem Hymenoptera. Descrita por Fabricius em 1781, é conhecida por seu corpo robusto e coloração preta com manchas amarelas distintas, geralmente seis, que lhe dão o nome. Mede entre 15 e 25 mm e é frequentemente observada em ambientes abertos e floridos. As fêmeas são parasitóides de larvas de escaravelhos, especialmente de espécies do solo, desempenhando um papel importante no controlo biológico natural. Está presente em várias regiões de Portugal.
Calomera littorails
Trata-se de uma espécie de besouro pertencente à ordem Coleóptera, família Carabidae, e subfamília Cicindelinae, popularmente conhecido como besouro-tigre. A natureza esconde predadores tão habilidosos quanto qualquer animal de grande porte, e este inseto é um exemplo fascinante disso. Pequeno no tamanho, mas gigante em agilidade, este inseto predador surpreende-nos com a sua incrível velocidade, movimentos coordenados e precisão letal na hora de capturar as suas presas.
Empusa fasciata
É um inseto da ordem Mantodea, conhecido como louva-a-deus, com um corpo esguio e alongado e pode variar de cores, o que lhe permite camuflar-se eficazmente no ambiente natural, tal como acontece com este exemplar. Possui uma cabeça triangular e altamente móvel, com grandes olhos compostos que garantem excelente visão estereoscópica, essencial para localizar e capturar presas. As patas dianteiras são raptoriais, com espinhos afiados que ajudam a agarrar e imobilizar outros insetos, sua principal fonte de alimento, desempenhando por isso um papel importante no controlo biológico de pragas. A sua aparência exótica e comportamento predador fazem dele uma espécie fascinante tanto do ponto de vista ecológico como entomológico.
O Gerris lacustris
É conhecido popularmente como alfaiate ou sapateiro. É um inseto aquático, facilmente reconhecido pela sua capacidade de se deslocar rapidamente à superfície da água graças às suas patas longas e finas que distribuem o peso do corpo e evitam que afunde. o corpo é estreito e alongado, e está coberto por uma camada hidrofóbica que impede a penetração da água; alimenta-se de pequenos insetos que caem na água, que deteta através das vibrações transmitidas pela superfície, funcionando como um predador eficiente nos ecossistemas de água doce; é comum encontrá-lo em lagos, charcos, ribeiros de águas calmas e até em tanques, onde se move com agilidade, parecendo “caminhar sobre a água”, o que lhe vale os nomes populares associados à leveza e elegância dos seus movimentos.
Lucilia sericata (mosca varejeira)
É uma mosca da família Calliphoridae, facilmente reconhecida pelo seu corpo metálico de cor verde brilhante. Mede cerca de 10 mm e é comum em ambientes urbanos e rurais, especialmente perto de matéria orgânica em decomposição. Tem importância ecológica na decomposição de cadáveres e também é usada na medicina em terapias com larvas para limpeza de feridas. Apesar disso, pode transmitir doenças ao pousar em alimentos contaminados.